Projeto em Toledo promove espiritualidade e iniciação profissional para crianças e adolescentes carentes


Por Lorena Lafraia – 26/12/2021

Maria Inês Manica, gestora geral do projeto, com crianças acolhidas pela Casa de Maria, em Toledo, no Paraná.
Maria Inês Manica, gestora geral do projeto, com crianças acolhidas pela Casa de Maria, em Toledo, no Paraná.| Foto: Arquivo Casa de Maria

Se a fé é capaz de mover montanhas, atrelada a um determinado desejo de agir em favor daqueles que mais precisam, ela pode fazer muito mais. E este é o grande diferencial do trabalho realizado pelos funcionários e voluntários da Casa de Maria, em Toledo, no Paraná. “A fé nos leva para a ação, nós não somos acomodados e não aceitamos o sofrimento do outro como algo natural, nós vamos à luta”, afirma Maria Inês Manica, assistente social e gestora geral do projeto.

Afiliada ao centro assistencial da Diocese de Toledo, a Casa de Maria acolhe crianças e adolescentes de 6 a 17 anos provenientes de famílias em situação de vulnerabilidade social decorrente de pobreza. Segundo Maria Inês, essas crianças chegam à casa através de encaminhamentos de casas de assistência social ou do próprio Conselho Tutelar. E muitas vezes, é “a própria família que vem pedir ajuda para a educação dos seus filhos”, conta.

O principal programa de acolhimento desenvolvido pela casa leva o nome de “Construindo a vida” e é composto por diversos projetos interligados e complementares nas áreas da cultura, educação, saúde, espiritualidade, lazer, esportes e, inclusive, profissional. “Temos um bazar permanente beneficente anexo a casa objetivando a iniciação profissional dos adolescentes”, explica Maria Inês.

Tudo começou…
A iniciativa surgiu em 1992 a partir do olhar atento e coração generoso de um grupo de senhoras católicas que frequentavam a catedral da cidade. Elas haviam percebido que na praça central da cidade, bem em frente à igreja, costumavam ficar circulando sozinhas algumas crianças carentes, especialmente meninas. Preocupadas com a situação, as senhoras foram até o pároco da catedral e propuseram iniciar um trabalho com essas crianças.

O primeiro espaço de acolhimento foi uma pequena casa no centro da cidade, cedida por uma das senhoras voluntárias. Nos primeiros meses, cerca de 10 meninas começaram a frequentar a casa. As voluntárias organizavam encontros, ajudavam as crianças nas tarefas escolares e ensinavam artesanato.

Dois anos depois, uma outra paróquia da diocese cedeu uma casa maior para o projeto, pois o trabalho vinha crescendo. Lá, a Casa de Maria ficou por quatro anos até que, com o envolvimento da comunidade, do bispo, do clero, da iniciativa privada e do poder público, ou seja, com uma junção de forças foi possível iniciar a construção de uma casa. “De uma pequena casa, passamos para uma ampla sede própria com 1.719 metros na periferia da cidade, com recursos da Igreja Católica, recursos federais, doações, reforçando um novo tempo na história da casa”, recorda a gestora.

Garantindo direitos
Com o passar do tempo, a demanda só aumentou. A casa também passou a acolher meninos e o espaço foi, aos poucos, sendo ampliado com novas salas para atividades, uma quadra de esportes e lazer, vestiários, além do ambiente onde acontece o bazar. Hoje, são 3.075 metros de área construída que recebem, todos os dias, cerca de 450 crianças e adolescentes, com atendimento também aos seus familiares.

“Acreditamos que temos que aceitar as pessoas da maneira que elas se encontram e, a partir daí, construirmos juntos uma nova sociedade, mais justa, mais humana, mais fraterna”, comenta a assistente social.

Além dos voluntários, a casa também conta com um quadro de funcionários composto por profissionais de diversas áreas, como assistência social, pedagogia e nutrição. “Vamos agregando pessoas e organizações para nos ajudarem na transformação necessária”, afirma Maria Inês.

“O Natal está chegando. Jesus veio pobre, numa manjedoura e nos mostrou o caminho, vamos seguir este caminho da igualdade, da fraternidade, dos que têm muito ajudando os que têm pouco e também garantindo os direitos da criança, do adolescente e de todas as pessoas em todas as idades”, incentiva. “Que a gente consiga fazer isso, é nossa grande luta”.

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