Alunas brasileiras criam minifoguetes para reflorestar áreas devastadas

Tão jovens e já pensando e agindo para ajudar a natureza. Alunas brasileiras de 14, 15 e 16 anos desenvolveram um minifoguetes para reflorestar áreas devastadas.

Eles são capazes de transportar sementes até áreas de difícil acesso.

O projeto delas, na escola agrícola do Paraná, foi criado para estimular participação de meninas na ciência e agora é finalista em premiação nacional.

A ideia é das estudantes do 1º ano do Ensino Médio Estephany da Silva Alves, 15 anos, Kawany Duarte da Rocha, de 14 anos e Marina Grokorrisky, de 16 anos.

Elas desenvolveram os minifoguetes após incêndio que arrasou parque nacional na região.

Da sua casa, em Altônia, no Paraná, Estephany, que é aluna do primeiro ano de Técnico em Agropecuária, viu as chamas consumirem árvores no Parque Nacional de Ilha Grande, que destruiu 68% da área de preservação em 2019 e ameaçou comunidades do entorno.

Os minifoguetes

Feitos com tubo de PVC e movidos à base de um combustível natural, uma pilha e um fio para dar ignição, os minifoguetes foram desenvolvidos a um custo unitário de R$ 50.  O protótipo chega a subir até 300 metros.

As sementes são transportadas num compartimento especial no “bico” do veículo. Quando ele atinge a altura máxima, esse compartimento se abre e as sementes são espalhadas no solo, com uma capacidade de reflorestar uma área de 284 metros quadrados.

“Mesmo sendo distintas, as sementes de ipê e pitanga têm condições agronômicas parecidas: precisam de muita água e demoram de 3 a 4 meses para se tornarem uma planta jovem”, explica o professor.

O projeto nasceu durante as aulas de Emmanuel Zullo Godinho, professor de solos e produção vegetal.

“Nosso projeto, ‘Reflorestamento com minifoguetes: sementes para o futuro’, usa inicialmente duas sementes. O ipê, que é silvicultura, plantação de árvore; e a pitanga, que é fruticultura, e assim ajuda a recompor uma área de vegetação nativa”, explica o professor Godinho.

Lançamento

Por causa da pandemia e da atual seca no estado, os primeiros lançamentos no parque nacional devem acontecer a partir de dezembro, quando deve voltar a chover. “Reflorestar uma área queimada não é fácil. As sementes que o minifoguete vai levar já começaram a ser selecionadas na região, já estão adaptadas”, disse Godinho.

Sem recursos específicos para o reflorestamento, a equipe tem recebido ajuda da escola e de moradores da cidade.

“A gente tem recebido apoio, há quem doe os canos de PVC, a gente vai fazendo ‘no braço’, sem desistir”, conta o professor.

Prêmio

Pensado para uma feira de ciências que acontece na cidade de Palotina (PR), onde fica o Colégio Agrícola Estadual Adroaldo Augusto Colombo, frequentado pelas meninas, a proposta acabou inscrita num concurso internacional.

A iniciativa convenceu os jurados e se tornou uma das dez finalistas do Prêmio Respostas para o Amanhã, promovido globalmente pela Samsung para incentivar escolas públicas a criarem soluções tecnológicas.

“O programa estimula o pensamento crítico e o olhar de protagonista nos estudantes, propondo a utilização, na prática, dos conhecimentos que integram a abordagem STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, em inglês)”, disse Isabel Costa, da Samsung Brasil.

Os ganhadores só serão conhecidos em meados de novembro. Mas, para as alunas, o reconhecimento já é um prêmio.

“Só de aprender a construir um minifoguete, de ver o lançamento e que funciona já foi muito importante”, disse Marina Grokorrisky.

Para Estephany da Silva Alves, o projeto pode, definitivamente, ser parte da mudança que ela espera ver no mundo.

“Tem sido uma grande oportunidade de aprender mais, ajudar o meio ambiente, de conscientizar todos sobre a destruição das queimadas. E elas estão acontecendo em muitos lugares do Brasil agora”, justifica.

Fotos Colégio Agrícola Adroaldo Augusto Colombo

Fonte: Só Notícia Boa em https://www.sonoticiaboa.com.br/2020/10/13/alunas-brasileiras-minifoguetes-reflorestar-areas-devastadas/

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