Movimento Londrina Pazeando debate mídia e violência

Segundo Rosa Alegria, a mídia não tem o direito de transformar violência em espetáculo, entretenimento. (Foto: Bruna Gabrielle da Silva)

Aconteceu neste mês a 2ª pré-conferência de Cultura de Paz em Londrina. O evento, que faz parte dos dez anos do Movimento pela Paz e Não-Violência, é uma iniciativa da organização Londrina Pazeando, fruto do trabalho do Conselho Municipal da Paz (ComPaz) e de parceiros do Movimento Nós Podemos Paraná.

A intenção é uma leitura crítica dos meios de comunicação e suas práticas no que diz respeito á violência. Para iniciar as atividades deste ano, um debate foi proposto pelo Mídia de Paz, grupo ao qual o Londrina Pazeando é ligado e reúne Rádio UEL, Faculdade Pitágoras e Rede de Desenvolvimento Local.

Alunos das instituições, professores e outros representantes da sociedade participaram da discussão que contou com a jornalista Rosa Alegria, co-fundadora do movimento Mídia de Paz e com vasto currículo em comunicação para mudança.

 Os trabalhos começaram com a apresentação de reportagens veiculadas em emissoras de TV do estado e exposição de resultados já alcançados pelo movimento, entre eles, a conscientização da mídia local sobre uma cultura de paz. “Paz é um compromisso. E ás vezes um compromisso duro, é difícil abrir os olhos para uma realidade dura”, lembrou Marcos Rambalducci, diretor da Faculdade Pitágoras (unidade Londrina).

O diretor ainda enfatizou a importância do ensino superior atuante na construção de uma sociedade mais justa e igualitária: “não se combate a violência pintando o marginalizado de monstro. A violência se combate tornando o marginalizado menos marginalizado e a sociedade menos medíocre.”

Trabalhando por uma mídia de paz

Rosa Alegria trouxe sua contribuição para Londrina. Visando que a realidade demonstrada pela mídia não é a realidade na qual vivemos, a jornalista discutiu, através de análises práticas, o modelo de imprensa e publicidade ao qual estamos habituados.

Segundo Rosa, tentamos justificar abordagens violentas nos meios de comunicação através dos rótulos informativos. Para ela “a mídia não tem o direito de transformar violência em espetáculo, entretenimento.”

Outro ponto presente nos estudos apresentados pela jornalista foi a relação “consumismo e violência.” O discurso violento adquirido pelo marketing pode confundir valores e gerar conflitos para uma infância que tende ao consumo precoce e é alvo de campanhas específicas. “É muito mais difícil para uma criança distinguir a fantasia da realidade”, afirmou.

Uma nova proposta

Para contribuir com as ações desenvolvidas no evento, o portal Mídia de Paz foi reapresentado à comunidade. No endereço www.midiadepazparana.org.br são expostos temas e abordagens sobre uma ótica diferente. A idéia é valorizar coberturas positivas e humanistas que possam pautar a imprensa londrinense e do resto do estado.

 A segunda conferência sobre uma cultura de paz deve acontecer no dia 26 de maio, na Câmara de Vereadores de Londrina, dando inicio á décima Semana Municipal da Paz. Mais informações em www.londrinapazeando.org.br ou pelo contato paz@londrinapazeando.org.br.

Por Ana Carla Barbosa
Comunicadora da Rede de Desenvolvimento Local
Londrina PR

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